sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

"She don't lie"

É bom encontrar coisas que ainda me fazem ficar bem
Descobrir sensações nunca experimentadas
Descobrir o outro lado
Sentir a música entrando em cada fresta dos tecidos epiteliais
Eu construí uma casa em mim mesma pra que ninguém entrasse
No meu próprio mundo, eu descobri a ser forte.
Meus 30 minutos de lucidez
Eu tentei ser normal, como todo mundo.
Eu finjo, eu atuo,
Dançando com só uma mão na ponta dos pés
Eu não sabia mais qual era o mundo de verdade
Ou se aquele mundo era só uma ilusão, ou se com aquilo tudo a gente via como as coisas são.
Como é que era a sequencia dos acordes?
Enquanto tiver coisas pra experimentar e eu quiser, eu vou experimentar.
Viver sem medo, melhor a se fazer, se você não vier comigo, eu vou sozinha.
Eu tenho o meu próprio mundo, onde todos que contemplam o nó na garganta me entendem.
Se você quer matar o tempo, arrume aquela distração.
Então ta tudo bem se a música entra em mim.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Retrospectiva

Afinado em lá menor, esse ano foi completamente maluco e fora dos meus planos. Começou com uma tensa onda de vestibular, resultados da pressão de anos anteriores e toda essa coisa. Fui pra São Chico, conheci uns hippies, fiz uns luaus, fugi pras colinas, vi o nascer do sol num morro de cemitério de índios, foi a coisa mais linda. Quando voltei pra Londrina, eu queria fugir, mudar de cidade, mudar de vida completamente. Mas daí fiquei por aqui, achava que a minha vida seria mesmo uma porcaria, comecei a faculdade com todas os ares negativos que se podiam ter. Medo do novo. Escolher o curso mais lindo e compatível comigo foi o melhor que eu fiz. Conheci pessoas maravilhosas, tanta gente de estilo diferente, cada um de um jeito, cada um de um lugar, de um quadrado. Me aproximar de estilos diferentes foi muito bom pra descobrir que estilo não importa, e que na verdade, todo mundo estava na mesma vibe que eu. Depois só foram festas, risadas, amizade, amores de verão em outras estações, carregar os tijolos no braço, ler o vade mecum, tocar violão no bar da tia no fim da aula, descobrir que eu estava no lugar certo com as pessoas certas.

Comecei a trabalhar finalmente, mãe! Criar juízo, aprender que dinheiro não nasce do papai, aprender a contar, a ter controle e responsabilidade enfim. Na rotina do trabalho tinha tudo pra dar errado, aquela coisa de lidar com clientes estressados me assustava muito, mas só depois descobri que meu forte é trabalhar com gente estressada! Eu amo trabalhar com gente estressada e eu não devo ser normal por isso. Conheci muita gente incrível no meu job, pessoas que fazem os meus dias cinzas ficarem coloridos (e isso é bem clichê, vai), muitos amigos de verdade, pessoas que são o que são e deixam você ser quem você realmente é. E não deve ter nada melhor do que isso.

Foi muito show de rock, pirar a cabeça com meus amigos rockeiros, conversar com um bando de desconhecido, virar amiga dos desconhecidos, amigos pra sempre por uma noite, ou até mesmo, pra carregar por muito tempo.

Comprar o ingresso pro U2 nos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, São Paulo exageradamente, Curitiba tem más lembranças de mim. Coisas que achei que nunca iria presenciar, show do Hanson, vi o Taylor, meu amor platônico eterno, e meu Deus, agora só falta Rolling Stones e eu morro feliz.

Criei muita cara de pau, descobri sensações novas, pensamentos além do que se vê, filosofias malucas, atitudes ilegais, cometer crimes e toda essa coisa.

Mudei meus planos, mudei meus sentimentos, descobri quem eu sou com as aulas de vida do Keith Richards, me tornei muito mais madura, compreensiva e empática, acho que nunca mais vou me apaixonar, porque paixão é pra quem se engana e eu não consigo mais me enganar. Talvez eu ame alguém um dia. Nesses meus atuais vinte anos (que acabam nos vinte um na semana que vem), me fazem pensar como uma pessoa de quarenta. Já que dizem que eu tenho uns pensamentos de velho. É como diria aquela música do The Verve, que todo mundo conhece não sabe de onde “porque é um doce amargo essa vida...”. Enfim, aconteceu de tudo nesse ano de 2011, não me arrependo de nada. Que venha 2012.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Who cares?

É certo que existem algumas pessoas que não se importam mesmo.
E eu aprendi a lidar com elas. Eu mesma não me importo.
Aliás, ninguém se importa.
A gente só quer sanar nossas vontades. Seja lá elas quais forem.
Ninguém quer fazer bem ao outro não, e mesmo que queira, só quer fazer o bem pra se sentir bem. Ou seja, pra SE SENTIR BEM, por puro sentimento de egoísmo.
É tudo uma mentira.

domingo, 20 de novembro de 2011

Duas e meia da madrugada, então eu gasto meu português amanhã para ser julgada por algum metido a professor da língua portuguesa.

Sonhos impossíveis do tipo: eu queria ter licença poética pra escrever do jeito que eu bem entender.


Ser julgada pelo que escrevo...que patético!
O Castro disse que eu tenho cara de garota de jornalismo. Mas qual é, eu não sei aonde está o problema de eu amar jornalismo e viver pesquisando mais especificamente sobre o tema e não ter optado profissionalmente por isso. Mas eu acho fantástico.

Depois me dizem que eu tenho cara de psicóloga, que eu vivo tentando entender a vida das pessoas e dar conselhos. Eu também não vejo o problema de eu amar psicologia. Eu queria ter um divã só pra ficar ouvindo a vida dos outros o dia inteiro.

Se eu gosto de astrologia, música, psicologia, jornalismo e o que mais vier, o caso é que eu não escolhi isso pra trabalhar. Se escolhi Direito, tenho meus motivos. Talvez porque eu ame muito mais as regras do jogo, a jurisprudência, as penas, a inquietude dos desvios de conduta.
Então eu decidi que eu nunca ia me iludir, que eu ia me dar bem com o que eu tinha. Porque eu achava que a coisa mais ridícula do mundo era querer ser o que não era. Ou então choramingar pelas conquistas, ou pelos destinos privilegiados de outros. Feliz é quem é satisfeito por algumas horas ou dias. Satisfação é um negócio complicado. A gente nunca se satisfaz por completo, temos que aceitar. Essa é a lei. O senso comum tem muito a dizer sobre isso, porque “a grama do vizinho é sempre mais verde”, é bobeira pensar na grama do vizinho, amigo. Eu odeio gente que não luta pelo que quer, quando se quer algo, tem que ir atrás, calcular na cabeça cada passo pra chegar onde se quer. Odeio gente preguiçosa com os sonhos. Tá certo, preguiça é uma coisa que acontece mesmo. Mas preguiça te ir atrás do que se quer é bobagem, amigo, é tosquice, é coisa de loser.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Speecheless

Nada demais, nada novo. Aliás, nunca é nada novo quando se tem 21 anos a caminho. Era como algum tipo de objeto no último andar da estante da minha casa que eu não conseguia alcançar quando eu tinha cinco anos. Ele era tão simples, tão completo com poucas palavras e com a pouca informação que eu tinha. Aquele ar de garoto mal, aquela cara de quem tinha um ego que nem cabia nele mesmo, o jeito de andar de quem podia derrubar qualquer um pela frente. No físico, nada demais. A não ser pela altura considerável, costas largas, olhar castanho entre aberto e o modo dele sentar-se. O pouco que eu sabia sobre ele eram certas coisas que me admiravam. O Led, o Doors, a finesse cinematográfica, o medo e delírio em Las Vegas, a tatuagem do Che que me traduzia certo saber apreciável, o gosto pelas coisas simples da vida, o jornalismo dele, amizade, aventura sem gastar muito. Por aí nos pubs da cidade, ele de olhar longe, copo de qualquer coisa alcóolica na mão. Eu conversava com qualquer um, sabia puxar papo, fazer os garotos rirem, entrevistar e blá blá blá. Mas você me calava. Me calava sem dizer um piu. Porque diabos você me calava?